quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dr. Pompeu Castello Costa


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Dr. Pompeu Castello Costa
(1920/2011)

Escrever sobre o Dr. Pompeu Castello Costa será sempre insuficiente pela grande pessoa pública que se fez representar na sua longa vida, e com muita excelência, aliás, à comunidade serrana e do Rio Grande do Sul. Dr. Pompeu nasceu em Taquara, no dia 5 de abril de 1920, e faleceu na sua São Francisco de Paula, em 14 de maio de 2011, com 91 anos bem vividos. Desde criança vivia na sua amada “São Chico”. Filho do Major Urquiza Costa, intendente deste município na segunda década do século XX, e mais adiante conselheiro municipal em 1935. O Major Urquiza, enviuvado de sua primeira esposa Julieta Boeira, os quais tiveram quatro filhos, contraiu novas núpcias com Maria Benvinda Castello Branco, com a qual teve cinco filhos, entre eles o Dr. Pompeu. Nos anos 40, o Major Urquiza advogava nesta cidade, na Avenida Júlio de Castilhos, 441, e no final desta década já era anunciada nos jornais a parceria com seu filho Dr. Pompeu no mesmo escritório. E assim prossegue a Castello Costa Advogados no mesmo local em dois séculos. Em pleno século XXI advogam os descendentes do Dr. Pompeu, seu filho Dr. Luiz Pompeu e o filho deste Dr. Márcio.
Em 19 de dezembro de 1945, recebeu o diploma de Advogado pela Faculdade de Direito da Universidade de Porto Alegre, atual UFRGS. O saudoso Oly Alves de Medeiros descreveu o Dr. Pompeu com muita maestria no livro “Raízes de Santo Antônio da Patrulha e Caraá” (2000): “gozando de altíssimo conceito profissional e social. Em 1946, elegeu-se vereador pelo Partido Social Democrático, com expressiva votação, tendo participado, como relator, da elaboração da Lei Orgânica do Município. Foi casado com Lenira Brochado Vieira, já falecida”.
As eleições municipais foram realizadas em 1947, com o fim do Estado Novo, e o Dr. Pompeu foi o candidato a vereador que obteve mais votos dos serranos, totalizando 492 sufrágios que o levaram a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal pelo quatriênio de 1948/51. Dr. Pompeu e Dona Lenira tiveram seis filhos: Maria Cristina, Luiz Pompeu, Regina Helena, Roberto, Ana Isabel e Cláudia.
Este colunista teve o privilégio de ter o Dr. Luiz Pompeu como professor na cadeira de Direito Civil, no curso de Contabilidade na saudosa Escola Cenecista, em 1983/1984, “abrindo meus olhos” para um novo Brasil que estava surgindo. Em 1983, fui presidente, nesta mesma escola, do Grêmio Estudantil Cenecista Podalyro Alves da Silva, o qual foi muito atuante com todos os seus membros, inclusive convidei o candidato derrotado nas eleições estudantis para fazer parte da agremiação, um exemplo dado pelos meus professores de que temos que nos unirmos para o bem maior em prol da comunidade a que pertencemos. Fui colega, na minha adolescência, na Escola José de Alencar, da filha caçula do Dr. Pompeu e Dona Lenira, a Cláudia.
Desde jovem o Dr. Pompeu demonstrou a sua enorme inteligência. Em novembro de 1940, aos 20 anos, foi escolhido pelos outros estudantes, em Porto Alegre, para representá-los perante o Presidente Vargas, falando da juventude brasileira e daquele momento do Brasil, e assim foi sempre solicitado a discursar em ocasiões especiais, principalmente em nosso município. Semana que vem o discurso que o Dr. Pompeu proferiu ao Presidente Vargas.

Jornal Integração nº 109, edição de 18 de maio de 2012  
 
Qualquer correção ou colaboração ao que escrevi ou o que deveria escrever, será sempre bem-vinda ! Deixe seu comentário aqui! 
Muito Obrigado!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Nossos Hinos - 3ª Parte - Final


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Nossos Hinos (3 - Final)

Não poderia faltar o Hino Nacional Brasileiro, considerado um dos mais lindos do mundo pela sua harmonia musical, porém a letra é, para uma grande parte dos brasileiros contemporâneos, de difícil interpretação. A letra foi escrita em 1922, pelo jornalista Joaquim Osório Duque Estrada (1870/1927), e a música, que foi elaborada cem anos antes da letra e composta de início para banda, é de criação de Francisco Manuel da Silva (1795-1865). Foi adquirida pela quantia de 5:000$ (5 milhões de Réis ou 5 Contos de Réis), e a propriedade plena e definitiva da letra do hino pelo Decreto nº 4.559 de 21 de agosto de 1922, mas foi somente em 1º de setembro de 1971, pela Lei nº 5.700, que foi considerado o hino oficial do Brasil. É um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil, assim como o Selo Nacional, a Bandeira Nacional e as Armas Nacionais. No dia 13 de abril é comemorado o dia do Hino Nacional Brasileiro. A curiosa história, além do hino letrado para a língua Tupi e o significado de algumas palavras difíceis, pode ser encontrada nos sites:


“Hino Nacional Brasileiro”

De Joaquim Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva

 Tom: F
 
  F 
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas                  
                               C7 
De um povo heroico o brado retumbante,                     
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,                         
                                       F 
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.                         
       A7       Dm 
Se o penhor dessa igualdade                                           
       A7                   Dm 
Conseguimos conquistar com braço forte,                     
       G7      C 
Em teu seio, ó Liberdade,                                                                                      
     G7                            C 
Desafia o nosso peito a própria morte!                         
           C7 
Ó Pátria amada,     
Idolatrada,           
Salve! Salve!     
   F 
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido 
                                   C7 
De amor e de esperança a Terra desce,     
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,                     
                              F 
A imagem do Cruzeiro resplandece.                              
                             Bb 
Gigante pela própria natureza, 
   G7                            C 
És belo, és forte, impávido colosso,                                
    A7                            Dm   Gm 
E o teu futuro espelha essa grandeza.                             
         F/C 
Terra adorada 
 
                  F 
Entre outras mil,   
          Gm 
És tu, Brasil,    
                F/C 
Ó  Pátria amada!                                                               
                  F                 Gm       F/C 
Dos filhos deste solo és mãe gentil,                                  
         C7 
Pátria amada,                                                                   
    F 
Brasil!    
     F 
Deitado eternamente em berço esplêndido, 
                                C7 
Ao som do mar e à luz do céu profundo, 
 
Fulguras, ó Brasil, florão da América, 
                          F 
Iluminado ao sol do Novo Mundo!  
         A7           Dm 
Do que a terra mais garrida 
         A7                           Dm 
Teus risonhos lindos campos têm mais flores; 
         G7               C 
"Nossos bosques têm mais vida", 
       G7                        C 
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".  
          C7 
Ó Pátria amada, 
Idolatrada 
Salve! Salve!  
     F 
Brasil, de amor eterno seja símbolo 
                             C7 
O lábaro que ostentas estrelado 
E diga o verde-louro desta flâmula 
                               F 
Paz no futuro e glória no passado.  
                                    Bb 
Mas, se ergues da justiça a clava forte, 
    G7                            C 
Verás que um filho teu não foge à luta, 
     A7                             Dm    Gm 
Nem teme, quem te adora, a própria morte.  
         F/C 
Terra adorada 
            F 
Entre outras mil,   
          Gm 
És tu, Brasil,    
                F/C 
Ó  Pátria amada!                                                               
                  F                 Gm       F/C 
Dos filhos deste solo és mãe gentil,                                  
         C7 
Pátria amada,                                                                   
    F 
Brasil!
 
Jornal Integração nº 108, edição de 11 de maio de 2012  
 
Qualquer correção ou colaboração ao que escrevi ou o que deveria escrever, será sempre bem-vinda ! Deixe seu comentário aqui! 
Muito Obrigado!
 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Nossos Hinos - 2ª Parte


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Nossos Hinos (2)

Quando são ouvidas as primeiras notas do Hino Rio-Grandense, os gaúchos já se aquietam e se preparam para cantá-lo com todo o seu louvor. Os visitantes de outros estados que estão no Rio Grande do Sul ficam estupefatos ao perceber que o hino é cantado com o maior orgulho e com muita emoção pelos filhos desta terra e por aqueles que a adotaram como seu novo lar. Letra de Francisco Pinto da Fontoura (“Chiquinho da Vovó”), música do Comendador Maestro Joaquim José Mendanha e harmonização de Antônio Corte Real. O Hino Rio-Grandense é o hino oficial do Rio Grande do Sul desde 5 de janeiro de 1966 (Lei nº 5.213), quando da obra original foi eliminada uma estrofe, além de uma repetição do estribilho. Oficialmente existe o registro de três letras diferentes desde os tempos da Revolução Farroupilha até nossos dias, até que finalmente foi resolvida por uma comissão qualificada qual seria a versão oficial, pouco antes do centenário da Guerra dos Farrapos. Eis o texto que foi retirado, em 1966, pela Ditadura Militar: “Entre nós reviva Atenas para assombro dos tiranos. Sejamos gregos na glória e na virtude, romanos”. Leia mais sobre a história no site do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG): http://www.mtg.org.br/hino.html


“Hino Rio-Grandense”

Francisco Pinto da Fontoura, Joaquim José Mendanha e Antônio Corte Real

Tom: C

C F C F C G/B Am G7 C F C F C D7 G7 Dm G7


               
C            F       C
Como a aurora precursora
     Dm      Am   G
Do farol da divindade,
       C   F      C  
Foi o Vinte de Setembro
         G          C4 C
O precursor da liberdade.
 
 
     G4      G        C
Mostremos valor, constância,
        G4       G      C                        
Nesta ímpia e injusta guerra;
      C7        F4  F
Sirvam nossas façanhas
      Dm C         Am  G
De modelo a toda a terra.
     Dm C
De modelo a toda a terra
        F        C
Sirvam nossas façanhas
      G             C
De modelo a toda a terra
 
 
C            F           C
Mas não basta, para ser livre,
     Dm        Am        G
Ser forte, aguerrido e bravo,
      C     F        C  
Povo que não tem virtude,
  G              C4  C
Acaba por ser escravo.
 
 
     G4      G        C
Mostremos valor, constância,
        G4       G      C                        
Nesta ímpia e injusta guerra;
      C7        F4  F
Sirvam nossas façanhas
      Dm C         Am  G
De modelo a toda a terra.
     Dm C
De modelo a toda a terra
        F        C
Sirvam nossas façanhas
      G             C
De modelo a toda a terra
 
 
Jornal Integração nº 107, edição de 4 de maio de 2012  
 
Qualquer correção ou colaboração ao que escrevi ou o que deveria escrever, será sempre bem-vinda ! Deixe seu comentário aqui! 
Muito Obrigado!
 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Nossos Hinos - 1ª Parte


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Nossos Hinos (1)

Resolvi registrar nesta coluna, com cifras para serem tocadas ao violão e, por que não, para você cantar e decorar, uma música e letra dos irmãos Adelar e Honeyde Bertussi: “São Francisco é Terra Boa”, que consideramos o hino do nosso querido município de São Francisco de Paula. Nesta aqui, há duas estrofes a mais que antigamente não ouvíamos, exaltando outras localidades que são da nossa terra ou que outrora pertenceram ao nosso município e que foram escritas pelo Adelar. Quando ouvimos esta música longe da nossa terra e sendo interpretada pelos Bertussi, Os Tiranos, Porca Veia, entre tanto outros, o coração serrano chora!

“São Francisco é Terra Boa”
De Adelar Bertussi e Honeyde Bertussi

Tom: C
Introdução: F C7 F
 
                       C7                   F
Com licença meus amigos, vou falar da minha terra,
                       C7                          F
Vou contar de São Francisco dos campos de cima da serra.
                       C7                    F
Eu sou filho daqueles pagos, terra boa e sem luxo,
                C7                         F
É o coração serrano no Rio Grande o mais gaúcho.
 
(Introdução)
 
                       C7                       F
São Francisco é terra boa, gente forte e hospitaleira,
                   C7                   F
Todo serrano é pachola e a serrana é faceira.
                 C7                      F
Muito gado na coxilha, no bolso muito dinheiro,
                    C7                      F
Prá cantar de improviso serrano não tem parceiro.
 
(Introdução)
 
                        C7                          F
São Francisco é um município entre os maiores do estado,
                C7                  F
A sua maior riqueza é a criação do gado.
                    C7                     F
Fazendas de campo aberto, coxilhas a campo fora,
                     C7                     F
Onde canta o quero-quero e onde o minuano chora.
 
(Introdução)
 
                   C7                        F
Eu saí de São Francisco, o interior fui visitar,
                  C7                      F
Por Tainhas e Contendas, Aratinga e Cambará.
                 C7                  F
Almocei na Jaquirana, resolvi continuar,
                 C7                       F
Só em Cazuza Ferreira é que eu fui pernoitar.
 
(Introdução)
 
               C7                 F
Vila Seca e Criúva, Apanhador e Juá,
                      C7                      F
Passei no Passo do Inferno e o Salto fui visitar.
                  C7                       F
Nunca vi tanta beleza, no mundo igual não há,
                       C7                      F
O que eu quero nestes versos é minha terra cantar.
 
(Introdução)
 
                       C7                    F
Quando chega fim de setembro, na saída do verão,
                   C7                       F
O serrano então demonstra de gaúcho a tradição.
                   C7                      F
Montando no seu cavalo, ou nas lidas de galpão,
                    C7                    F
Da ilhapa até a presilha o serrano é campeão.
 
(Introdução)
 
                        C7                     F
Quando estou longe dos pagos a saudade é de matar,
                    C7                     F
Eu me sinto acabrunhado com vontade de voltar.
                       C7                     F
O serrano é um homem triste vivendo em outra terra,
                      C7                       F
O serrano só morre feliz, morrendo em cima da serra.
 
 
Jornal Integração nº 106, edição de 27 de abril de 2012  
 

Qualquer correção ou colaboração ao que escrevi ou o que deveria escrever, será sempre bem-vinda ! Deixe seu comentário aqui! 
Muito Obrigado!