sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Antônio Dorneu Cardoso Maciel


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

No último dia 14, o serrano Antônio Dorneu Cardoso Maciel, proeminente pessoa do estado do Rio Grande do Sul, veio a falecer na mesma cidade em que nasceu em 23/12/1945, sua amada São Francisco de Paula, onde, em 1968, foi eleito vereador pela ARENA para a legislatura 1969/1972, sendo também Secretário Municipal, comandado pelo prefeito e seu pai Orival Ventura Maciel. Contabilista formado em 1963 pela Escola Técnica de Comércio desta cidade, desde jovem mostrou uma liderança nata, sendo o orador da sua turma. Foi diretor de vários órgãos estatais, como por exemplo, a CEEE, além de ter sido o diretor-geral da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul por seis anos, onde Dorneu era considerado o “deputado sem mandato” ou o “56º deputado”, numa casa onde havia 55 eleitos, tal era o respeito e a importância que adquiriu dos parlamentares gaúchos naquela época. Conselheiro do Grêmio, era filiado ao Partido Progressista. Meus sinceros pêsames à família, amigos e seus filhos Eduardo e Karina, meus parentes pela Família Paglioli. 
Dorneu com 18 anos, formado em 1963 como Técnico em Contabilidade na Escola Técnica de Comércio de São Francisco de Paula - Reprodução do Informativo Academia Serrana
Dorneu com 24 anos, candidato a vereador com seu pai ao centro, este candidato a prefeitura de São Francisco de Paula, Orival Ventura Maciel, levando os projetos e reivindicações de "São Chico'  ao Governador Walter Peracchi Barcellos. Pai e filho foram eleitos e assumiram seus cargos no início de 1969, após Dorneu  assume uma secretaria do município. -Reprodução do Jornal Folha da Serra
Quero corrigir dois erros da edição passada, em vez de Gelson Sita, quis mencionar o falecido vereador Gilmar José Sita, e, em vez de Neiva, foi a leitora Vânia, da Farmácia Agafarma, que gentilmente me forneceu uma das primeiras Folha da Serra de 1938, antigo jornal da cidade. Na coluna de hoje, para relaxar um pouco, dois artigos interessantes sobre o Chimarrão, que encontrei na internet. O Dia do Churrasco e do Chimarrão se comemora em 24 de abril, em homenagem a fundação do CTG 35 de Porto Alegre, em 24/04/1948.

Jornal Integração nº 72, edição de 19 de agosto de 2011

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Muito Obrigado!

Horóscopo do Mateador


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Horóscopo do Mateador

Áries – Esse acha que a cuia é dele! Tu tá recém pondo a chaleira no fogo, e ele já tá ali, perguntando se tá pronto. Esbaforido, sempre se queima, ou fica com a bomba entupida, pois que não tem paciência pra esperar que a erva assente. Dá-lhe um trancaço, diz que no Natal ele vai ganhar uma cuia só prá ele. Não te preocupa, que é loco manso.

Touro – ele primeiro vê se a cuia é linda, no más…
depois, fica ali, acariciando a dita, com cara de libidinoso.
Como em geral é guloso pra caraca, te passa o mate, mas fica te olhando atravessado, e ruminando… como é do seu feitio. Não vale a pena discutir com o bagual, pois além de cabeçudo, quase sempre é o dono da cuia e da bomba.

Gêmeos – o vivente já entra no rancho falando e contando causo, trovando e atraqueando que é um inferno. Tudo com a cuia na mão. Até que o povaréu começa a ficar nervoso. Conselho: antes que esfrie até a água da térmica, saiam de fininho e vão tomar mate em outro lugar. Ele nem vai notar.

Câncer – esse já pega a cuia com ar de desolado, pois que a cuia lhe lembra a mãe. De tão sentimental, às vezes até chora lembrando do primeiro chimarrão (que a gauchada nunca esquece). Quando sente medo do escuro, dorme com a cuia embaixo do travesseiro. E tem pencas de cuias e bombas entupindo as gavetas… de recordação, ele diz.

Leão – louco e convicto, não é que me inventou de mandar gravar um brasão de família na cuia e outro na bomba? Só toma chimarrão se tiver um povo em volta pra ficar lhe olhando, e aí, aproveita, e desata a trovar e a declamar, esperando que lhe aplaudam. Sempre é bom não contrariar.

Virgem – Primeiro, ele lava as mãos e todos os apetrechos, depois, confere se a erva é ecológica, e por aí vai. Acha que, o certo mesmo, era cada um ter a sua própria cuia, bomba e mate. Mas, por via das dúvidas, carrega sempre um paninho que, discretamente, vai passando no bocal da bomba. Como é metido a botiqueiro, e conhece todo tipo de erva deste Rio Grande, enquanto mateia vai dando receitas e curando, de lombriga a esquizofrenia.

Libra – Flor de fresco, chega a pegar a bomba com o dedinho levantado. Mas compensa, pelo senso de justiça. Só toma o mate depois que todo mundo já se serviu. Pra ele, matear, também pode ser sinônimo de namorar; daí que, se prenda, só faz roda de mate com a indiada marmanja, e, se marmanjo, põe açúcar e mel na cuia, e vai, todo lampero, pro Brique, ver se atrai as mosca, quer dizer, as moça.

Escorpião – pega a cuia, e matreiro… sai de fininho para algum canto, remoendo traumas, encucações e toda a sorte de loucuras. Sem essa de que vingança é um prato que se come frio, pois que, na água quente do amargo, fica tramando seus planos de vingança (inclusive, e principalmente: Revolução Farroupilha, a revanche!). E, ai daquele que não lhe passar a cuia. Outro que tem fantasias sexuais com a cuia, com a bomba e com a térmica. Só não me pergunte quais.

Sagitário – em geral estrangeiro, pois sagitariano que é sagitariano nunca está em seu país de origem; aqui, no Rio Grande, pode ser um carioca, paulista ou baiano que, sem entender nada de tradição, fica mexendo o mate com a bomba como se o amargo fosse um milk-shake.
Conheci um que queria misturar mate com fanta uva.

Capricórnio – inventou o tele-chimarrão com pingo-boy e tudo, e o chimarrão de negócios, o qual pratica toda a sexta-feira na sua empresa, que, aliás, exporta cuia, bomba, erva e demais aparatos para a gringolândia. Diz que já tá fazendo até inglês largar o chá e pegar a cuia.

Aquário – rebelde até a última cuia, acha que esse negócio de chimarrão tá superado.
Só não sabe pelo quê. Doido, mas metido a bonzinho, adora um povaréu; daí que, convida todo o vivente que estiver passando, pra sua roda de mate. Acha que se o chimarrão fosse servido na ONU, o mundo seria outro.

Peixes – inventou a leitura de cuia e recebe entidades durante a mateada. Se desconhece o tipo de ervas que usa… mas, diz que faz roda de chimarrão com os daqui e com os do além.
Por isso, um conselho de amigo: se a roda de chimarrão for em outra estância, que volte de táxi.

Observação: Desconheço o autor deste texto, quem souber nos informe, por favor!

Jornal Integração nº 72, edição de 19 de agosto de 2011

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Os 10 Mandamentos do Chimarrão


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Os 10 Mandamentos do Chimarrão
Por Pércio de Moraes Branco (Almanaque Tchê) 

Apesar de simples e informal, a roda de chimarrão tem suas regras. Verdadeiros mandamentos, que devem ser respeitados por todos. Se você é iniciante ou está redescobrindo o costume, observe esses pontos relacionados com boa dose de humor:
1- NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito o porquê o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas se tu és de outros pagos, mesmo sabendo, poderá achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar nesse pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se por água, ervas exóticas, cana, frutas, cocaína, feldspato, dollar, etc... mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo, mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites, pede uma coca-cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.
2- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico por a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma coca-cola de canudinho. O canudo é puro como a água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).
3- NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume tuas frescuras (caso desejes te curar, recomendamos uma visita ao analista de Bagé). Se, porém, te julgas perfeitamente igual aos demais, faze o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vai adorar o chimarrão de lá.
4- NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Como o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante, já o chimarrão não. Tu deves tomar toda a água servida até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento abaixo.
5- NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizer a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Esse negócio de chupar sem fazer barulho vale para a coca-cola com canudinho que tu podes até tomar com o dedinho levantado (fazendo pose de assumida).
6- NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba de chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas por favor, não mexas na bomba. Fale com quem te passou o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.
7- NÃO ALTERE A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do estado.
8- NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O PRIMEIRO MATE
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro mate, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro, e quem toma está te prestando um favor.
9- NÃO DURMAS COM A CUIA NA MÃO
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando... E às vezes te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio... Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar, mas sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que essa tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer a cuia que está na tua mão. Fala quanto quiseres, mas não esqueças de tomar o teu mate que a moçada tá esperando.
10- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pega na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que o chimarrão é cancerígeno. Se aceitares o mate que te ofereceram, toma e esqueces o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma coca-cola com canudinho que ela etc... etc...

Jornal Integração nº 72, edição de 19 de agosto de 2011

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