quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Discurso de Despedida de um Antigo Vereador - Final


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Discurso de despedida de um antigo vereador

(Final)

Hoje, a 2ª e última parte do discurso proferido pelo Sr. Emilio de Oliveira Pinto na Câmara de Vereadores de São Francisco de Paula em 11 de dezembro de 1959:

“No plano administrativo, advoguei o equilíbrio orçamentário como base fundamental para qualquer administração; fui favorável a empréstimos a curto prazo como antecipação da receita, e a longo prazo para fins reprodutivos. Combati o “empreguismo” como câncer das administrações públicas e empenhei-me pela remuneração justa e condigna do funcionalismo municipal. Propugnei pela educação e assistência social como imperativo da dignidade humana e pelas rodovias como base do desenvolvimento econômico. Procurei suprir as minhas deficiências pelo esforço e pelo idealismo que me animam na vida pública. Aos correligionários e aliados cumpre-me agradecer a confiança em mim depositada na liderança dos trabalhos legislativos. Aos nobres colegas adversários na presente e em outras legislaturas, quero consignar o meu respeito, o meu apreço e a minha gratidão pelas atenções recebidas, pela compreensão e tolerância reveladas no decurso de tantas discussões, por vezes acaloradas, mas que culminaram sempre na concretização de bem público, elevando bem alto o nome desta Corporação. Tenho a satisfação íntima e imensa de contar com um amigo em cada vereador que passou por esta Casa. Alguns circundam esta mesa, ouvindo-me, outros vivem distantes e outros foram chamados ao Reino de Deus, porém, todos estão presentes em meu coração. Aos últimos rendo preito de saudade, que é prece dirigida ao Alto pelo seu descanso eterno. Ao despedir-me da vida pública, talvez para sempre, volto à paz do lar, com a consciência tranquila, sem recriminações e sem ressentimentos. Sinto-me no indeclinável dever de agradecer ao meu Partido a posição que me conferiu, candidatando-me por três vezes consecutivas à Câmara de Vereadores. Eleito em todas as oportunidades, devo essas vitórias à bondade de meus conterrâneos, à bravura de meus correligionários e à dedicação inexcedível dos meus diletos amigos que jamais permitiram fosse o meu nome derrotado em um pleito. É certo que tenha cometido faltas na minha atuação, por erro ou omissão. Julgo, porém, não ter faltado ao dever da lealdade e da honra que se impõe a um mandato eletivo. Pelas falhas cometidas considero-me absolvido, confiante na benevolência desta gente querida e boa que vive neste recanto privilegiado, querência amada, glorioso município de São Francisco de Paula. As minhas despedidas ao nosso caro Presidente, Sr. Podalyro Alves da Silva, aos nobres colegas e aos atenciosos funcionários desta Casa. Formulo votos sinceros de felicidades aos que nos sucederão neste Legislativo, bem como ao futuro Prefeito Dr. Bellerophonte Albuquerque, nosso ex-colega e distinto amigo. Por fim, encerrando estas palavras, solicito permissão para render homenagem aos prefeitos que ajudei a escolher e com os quais colaborei intimamente, relembrando os nomes do Coronel Alziro Torres Filho, de saudosa memória, Zeferino de Oliveira Teixeira e Dr. Ângelo Athanásio, dedicados e operosos administradores deste município. Adeus”. 


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Remi Souza dos Reis

Quero deixar aqui os meus sinceros pêsames a família do nosso gaiteiro “Neide” ou “Bertussi” como gostava de ser chamado, que alegrava a avenida com sua inseparável gaita. Homenageado nesta coluna em 18 de março último, e também pela Câmara dos Vereadores, além de ter prestado uma entrevista para a RBS TV, que encontrarão no Youtube ou no meu blog, deixa este mundo com muita honradez para entrar na história de sua amada “São Chico” como um dos grandes personagens do centro da nossa cidade!
 

Jornal Integração nº 83, edição de 4 de novembro de 2011
 
Como o jornal não será mais de cortesia, está sendo cobrado R$ 1,00 nas bancas, postarei aqui no blog, sempre na semana seguinte a publicação do que saiu na minha coluna. Quero lembrar que não recebo nenhuma remuneração do jornal, e as opiniões e as reportagens que são impressas no Jornal Integração Campos de Cima da Serra, são de inteira responsabilidade dos seus autores, e somente me responsabilizo por aquelas que escrevo na minha coluna!
 
Qualquer correção ou colaboração ao que escrevi ou o que deveria escrever, será sempre bem-vinda ! Deixe seu comentário aqui! 
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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Discurso de Despedida de um Antigo Vereador - 1ª Parte


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Discurso de despedida de um antigo vereador.

(1ª Parte)

O Sr. Emilio de Oliveira Pinto teve três mandatos consecutivos como vereador (1948/1959) de “São Chico”. Antes, já havia sido membro do Conselho Municipal (1935/1937), num tempo em que um vereador não recebia salário. “Seu” Emílio foi por muitos anos gerente da agência do Banco da Província de nossa cidade, a qual escolheu para viver e onde sempre foi muito honrado. Natural de Cambará do Sul, foi um grande conhecedor da nossa história, e quando deixou a vida política fez um belo discurso que entrou para a história do parlamentarismo serrano, feito na sessão de encerramento das reuniões ordinárias da Câmara, realizada em 11/12/1959:

“Após doze anos ininterruptos de atividade no Legislativo Municipal desta comuna como vereador pela legenda do Partido Social Democrático, permito-me, ao encerrar o meu mandato, dirigir a palavra neste plenário para formular algumas considerações de ordem política, administrativa e pessoal, querendo significar, com isso, uma ligeira prestação de contas ao altivo e laborioso povo de São Francisco de Paula, o qual tive a honra insigne de representar por tão dilatado espaço de tempo. Em primeiro lugar, quero acentuar que, no desempenho de meu mandato, do princípio ao fim, obedecendo à orientação do meu Partido, tive em mira somente o bem público, deixando de lado as questiúnculas de ordem particular e secundárias, provocadoras de ódios, prevenções e desavenças que só poderiam gerar a intranquilidade e a desarmonia da família serrana, cuja união devia e deve ser preservada pelo futuro afora, a qualquer preço, para a felicidade e o progresso de todos. A posição do meu Partido e, consequentemente, a minha, foi nestes últimos doze anos, alternada em “situação” e “oposição”, oito anos na maioria e quatro na minoria. Nada de anormal nestes fatos. No verdadeiro regime democrático pelo qual tenho lutado desde a mocidade, qualquer posição é honrosa e propicia oportunidade de pugnar pelo bem coletivo, governando ou fiscalizando quem governa. Durante o meu mandato exerci essas prerrogativas com a responsabilidade de líder, ora da maioria, ora de minoria. Nesta legislatura coube a mim a responsabilidade de líder do Governo por delegação do Poder Executivo Municipal. Nas atribuições, que muito me orgulharam e desvaneceram, procurei agir com equilíbrio e serenidade, mantendo um clima de cordialidade entre companheiros e adversários, afim de que os assuntos submetidos a debate lograssem as melhores soluções.”.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO. 

Jornal Integração nº 82, edição de 28 de outubro de 2011
 
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