sábado, 23 de junho de 2012

São Francisco de Paula - Rio Grande do Sul - História, Encantos e Mistérios - Volume 1


São Francisco de Paula - Rio Grande do Sul
História, Encantos e Mistérios 
Resgatando o Passado Serrano
Volume 1

Disponível na Miragem Livraria, Casa do Gaúcho e CTG Rodeio Serrano em São "Chico" de Paula. Em Canela no Empório Canela e na Livraria do Manéco em Caxias do Sul ou direto com o autor. 
Envio pelo correio, também para o exterior, pagamento através da Western Union, se quiser poderá pagar através do Mercado Livre, onde já esta sendo vendido, pode pagar pelo cartão lá!


272 PÁGINAS
Preço R$ 35,00 (com o autor)
Despesas de Correio: Registrado simples com seguro dos correios para um livro: R$ 10,00 (R$ 45 para depósito)
Sedex a calcular!

Mais de 600 exemplares  vendidos, lançado em 28/12/2011


SUMÁRIO
 1) Os Índios de São Francisco de Paula
       I - Índios da pré-história gaúcha
             Tradição Umbu
             Tradição Humaitá
             Tradição Sambaquis 
             Tradição Tupi-Guarani
             Tradição Vieira 
            Tradição Taquara
      II - Grupo Jê (Gê) Meridional 
     III - Índios Caáguas
      IV - Índios Botocudos
       V - Índios Coroados 
            a) Lenda Kaingang 
            b) Massacre no Baile das Índias
      VI – Conclusão
 2) Padre Cristóvão de Mendonza: 1635
               1941: O que contavam aos serranos?
 3) Os Caminhos dos Tropeiros  
 4) Capitão Pedro da Silva Chaves
       I - O Fundador de São Francisco de Paula
      II – Cap. Chaves: um homem temível
 5) 1761: Capela é benta há 250 anos
 6) Coronel Juca Ourives
       I - Juca Ourives e a Revolução Farroupilha
      II - Considerações sobre a Guerra dos Farrapos
     III - Juca é mencionado por Machado de Assis
 7) A Guerra dos Farrapos em Cima da Serra
 8) Maldita Escravidão
       I - Cronologia da Escravidão Africana no Brasil
      II – Matriculados
     III - Quilombo de São Roque
      IV - A Desobriga
       V – Escravos em tribos de Coroados
      VI - Cultura e Religião Afro-Cristã
 9) Cazuza Ferreira: As Cavalhadas e o Distrito
       I - As Cavalhadas
            a) Imperador Carlos Magno
            b) A Espanha Árabe  
            c) Origens no Brasil
            d) Corrida de Cavalhadas de Cazuza Ferreira
           e) Regulamento do Piquete de Cavalhada de
                  São Francisco de Paula
            f) Cavalhadas ou Batalha entre Mouros e Cristãos
            g) Explicações sobre as partes das Cavalhadas
      II - Contemplando as Cavalhadas de Cazuza 
                    “Um dia de Cavalhadas em Cazuza Ferreira”,
                            Por Carmelita Feijó Botovchenco
     III - Um distrito chamado Cazuza Ferreira
      IV - Cazuza Ferreira: origem do nome
       V - Cazuza Ferreira: início do século XXI 
10) 1912: Fundação da Estação Meteorológica
       I - “Por que não funciona mais a Estação
                  Meteorológica?”, por Plínio Andrade Lucena
      II - A Estação Meteorológica de 1992
11) Os Acidentes Aéreos em Cima da Serra
       I - Acidente com Caça da FAB: 1947 – Passo Raso
      II - Acidente com avião da Varig: 1949 – Jaquirana
a)    Incêndio a bordo
b)    Aterrissagem forçada
c)     Materiais inflamáveis
d)    População local socorre feridos
e)    Muitos feridos. Cinco perecem! 
f)      Filho do Ministro da Justiça entre os mortos
g)    Caravana de “São Chico” vai a Jaquirana
h)    Momentos de pânico – Piloto heroico
i)      37 anos após, retorna ao local do sinistro  
     III - Acidente com avião da Aerovias Brasil: 1952 –
                   Taquaruçu, próximo ao Veraneio Hampel 
            a) A Viagem

            b) O acidente e o palco da tragédia
            c) Os sobreviventes 
            d) Revista O Cruzeiro de 28/03/1953
                 - Morte Misteriosa da Rainha da Beleza
                 - Como morreu a Rainha?
                 - O Cruzeiro localiza as principais testemunhas
            e) Caso Hilda – Delegado se defende
            f) Relato de Cíntia, filha de Ivo Schwantes
            g) Relato de Ivoni, irmã de Ivo Schwantes 
     IV - Acidente com avião Cessna: 1953 –
                   Cambará do Sul
       V - Acidente com avião AT-6 da FAB: 1953
      VI - Acidente com avião chileno: 1954 -
                   Entre Cambará do Sul e Tainhas
     VII - Acidente com avião C-119 - “Vagão Voador” -
                    da FAB:  1962 – Contendas
    VIII - Acidente com “Teco-Teco”: 1963 –
                    Várzea do Cedro
      IX - Acidente com avião P-15 - “Netuno” -
                    da Marinha Argentina: 1965 – Josafaz
12) O Aeroporto de São Francisco de Paula
       I - Campo de Pouso: Antigo Sonho dos Serranos
      II - O Aero Clube de São Francisco de Paula
            a) Futuro Presidente Jango envia telegrama ao
                   Dr. Bellerophonte Albuquerque
            b) Brizola ampara o Aeroporto de “São Chico”
            c) Verba para construção do Aeroporto
            d) 1957: Diretoria do A.C.S.F.P.
     III - Fatos Curiosos sobre Aviões na Região
            a) O 1º avião que pousou no centro – 1947
            b) Avião desce em São Jorge, Criúva – 1948
            c) Avião soltando fumaça não caiu – 1951
            d) Aviões fazem acrobacias no centro - 1962
13) José Asmuz – O Automobilista
       I - Homenagem na cidade natal
      II - Bicampeão 1960/61 – Circuito Encosta da Serra
14) Centro Antigo de “São Chico”
       I - A Rua Grande
      II – Centro: Lagoas, Banhados e Arroios   
     III - Morrinho da Igreja
      IV – Fotos antigas - Avenida Júlio de Castilhos
15) Lago São Bernardo
       I – 1944: A construção do grande açude
      II - São Bernardo pede socorro  
     III - Recuperação do lago
      IV - Outros acontecimentos
       V - Decreto nº 766/2011 
      VI – Fotos antigas – Lago São Bernardo
16) Hotel Cavalinho Branco
       I - A Origem do Hotel Cavalinho Branco 
      II - UFRGS compraria o Hotel 
     III - Decreto nº 192, de 07/11/1969
      IV - O Festival “Devonstock”
       V - Finalmente uma proposta
17) Malaquias – O Goleador do Grêmio
18) C.T.G. Rodeio Serrano
       I – A Fundação e os primeiros anos
      II - A sede própria
     III – Outros assuntos relevantes
      IV – Significado dos cargos em um C.T.G.
       V – Patrões e patroas do C.T.G. Rodeio Serrano .
19) Sociedade Cruzeiro
       I – A Fundação e seus primórdios
      II – As primeiras rainhas
     III – Outros assuntos interessantes
      IV – Antigo prédio demolido. A nova sede
       V – Algumas gestões
      VI – Presidentes da Sociedade Cruzeiro
20) Nosso Governantes e Representantes
       I - Senhores feudais
      II – Juízes de Paz e cidadãos idôneos 
      III- 1878: Os primeiros Vereadores 
      IV – A Lei Orgânica do Município
       V – Intendentes 
      VI – Prefeitos
               Resultados das Eleições de 1982 a 2008
     VII – Conselho Municipal
    VIII – Vereadores
               Referências Bibliográficas 
              

sábado, 16 de junho de 2012

Discurso do Dr. Pompeu a Getúlio Vargas - (Completo)

Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Discurso do Dr. Pompeu a Getúlio Vargas

Quando tiver a oportunidade de ler algum dos discursos que o Dr. Pompeu Castello Costa proferiu ou ler um dos seus artigos, os quais poucos e bons jornais tiveram o privilégio de publicar, é interessante ter um dicionário de português à mão, pois naturalmente o Dr. Pompeu soltava as palavras como poucos, e algumas destas muitos não as conheciam, como no discurso que transcreverei nestas semanas, havendo, inclusive, uma em francês, “débâcle”, que significa: em ruínas. Além de tudo o Dr. Pompeu sempre demonstrou o seu amplo conhecimento da história mundial e da natureza humana.
A manchete do jornal Folha da Serra, de 30 de novembro de 1940, destaca: “Magnífico discurso pronunciado pelo talentoso acadêmico serrano Pompeu Costa, perante o Presidente Getúlio Vargas – Por ocasião da “Parada da Juventude”, na capital do Estado”. Na semana passada escrevi nesta coluna  que o Dr. Pompeu tinha feito o discurso em 1920 aos 20 anos, mas o correto é 1940, pois o então ilustre acadêmico havia nascido em 1920. 

“Exmo. Sr. Dr. Getúlio Vargas, chefe incontestável do povo brasileiro. Na Europa, quando o calendário marca o mês de maio, os rios precipitam-se das montanhas, e rasgando a terra, e formando as morainas, e contorcendo-se, como se distendessem os músculos enrijecidos pelo inverno, vão debruçar-se nas campinas que, languidamente, os acariciam.
As plantas mostram seus variáveis enfeites, o embrião rompe o invólucro que o atormentava, as flores ostentam as aveludadas pétalas, e as donzelas faceiras, murmurando preces de louvor, levam à Virgem grinaldas de rosas.
O mês de maio, naquele velho continente, é o mês da Ressurreição.
No Brasil, não era a natureza que dormia esperando sua primavera. Ela sempre foi linda e alegre, ela sempre inspirou ternuras aos poetas apaixonados. No Brasil, era a juventude quem permanecia estática. Esta juventude que, hoje, saúda seu Chefe; esta juventude que nada pede senão sacrifícios, porque é na luta que os homens fortificam o caráter; esta juventude que é o altar onde depositamos nossas orações, que é o símbolo de nossos sonhos, que, é a própria imagem da pátria procedida com fúria de iconoclasta, quebrando as tradições, zombando das autoridades, consumindo-se no encalço de glórias falazes, fumando o ópio do liberalismo vendido pelos traficantes da liberdade, pelos homens que não souberam interpretar o movimento do século XVIII que, na política, restringiu perigosamente as funções do executivo, e, na sociedade, substituiu a nobreza de sangue pela nobreza do dinheiro, pela burguesia que, nos tempos modernos, encontrará sua débâcle, talvez, com todos os ódios provocados, pagando pelos crimes que jamais na terra ficarão sem vingança. A Câmara, com a responsabilidade de legislar, ignorava seu verdadeiro papel na administração do país. Os moços, abandonados pelos de mais experiência, corrompiam-se aceitando idéias visionárias que tinham seus apóstolos nos despeitados e oportunistas.
A educação estava relegada a um plano secundário; só podiam estudar os representantes das classes abastadas.
Tudo isso desanimava a juventude, e falsos amigos já ouviam de nós lamentações de Jeremias.
Enganaram-se estes fariseus. A seiva de nossas esperanças revitalizou a árvore e, se nela ainda encontramos galhos carunchados, estamos certos de que ou eles entram na nova ordem estabelecida ou estarão fadados ao desaparecimento.
Que poder milagroso nos salvou?
Que gênio celeste nos deu coragem de sufocar velhos sistemas?
Que mão hercúlea conseguiu, novamente, arregimenta-nos?
Acaso precisarei eu vos responder?
Não. Já ouço o balbuciar de vossos lábios entusiastas. Foi o 10 de novembro de 1937. Foi esta constituição bendita que, adaptada às realidades brasileiras, formou, em nosso país, este ambiente de culto ao nacionalismo. Foi o Chefe Vargas que, com desassombro, proclamou esta Democracia Social. E, por isto, juventude de minha terra, falange briosa de vanguarda, eu te peço chamares o mês de novembro o mês da Ressurreição. Lá, ressuscitou a natureza; aqui ressuscitou a Raça.
A solenidade cívica que hoje assistimos ao ritmo febril da ginástica e ao som compassado dos hinos é muito mais do que pensamos, ela encontra suas origens no profundo das almas, ela reflete a mentalidade coletiva, ela harmoniza o pensamento moço com as diretrizes do Novo Estado.
Chefe Vargas, a juventude espera ansiosa sua organização e, do Mar Doce às plagas sulinas, ela, marchando unida ao proletariado e dirigida pelo Chefe que a Providência nos deu, será invencível, será as hélices que impelem os monstros de aço, será as fornalhas que fundem os metais, será a inteligência que devassa os segredos, será a paz que beneficia o mundo, será mais poderosa de que Sansão, personagem lendário da Bíblia, porque ele só tinha a força física, e nós conjugamos a matéria e o espírito. Moços, despertemos os companheiros que ainda repousam embalados pela descrença, rejeitemos tudo quanto pérfidas imaginações inventam para nos seduzir, riamos dos tentadores, e, na ocasião propícia, façamos com que eles sejam sufocados por suas diabólicas maquinações.
O Brasil não passa por uma época de opulência, estamos num período de transição, estamos regenerando os tecidos desfeitos pelas incoerências de certos devaneios da loucura liberal-democrática.
No presente, não devemos pensar no tinir convidativo das moedas ou nas delícias de uma ociosa existência. Todas as classes sociais, compenetradas da missão que lhes cabe, renunciaram aos prazeres supérfluos, evidenciando uma compreensão exata da gravidade do momento.
Juventude brasileira, não fugiremos a esta regra; sairemos do exclusivismo dos intelectuais; penetraremos no seio das massas; dedicaremos nossos labores aos problemas nacionais; formaremos uma sólida educação que nos sirva tanto à vida prática como aos deleites do espírito; agiremos dentro das bases do Estado Novo, não apenas numa aprovação tácita, mas numa luta contínua de adaptação cada vez maior; recordaremos, sobretudo, o apólogo das varas, cerrando fileiras em torno do Chefe Vargas, esquecendo rancores mesquinhos que, por ventura, grassarem em alguns corações, esquecendo tudo o que não for pelo Brasil. Amemos o Chefe, ele nos redimiu do pecado que cometem as gerações sem ideais, as gerações apáticas e traidoras, as gerações que são a mortalha de uma nacionalidade.
Juventude brasileira, tenhamos em alto valor todos os preceitos morais dos povos aguerridos, de tradições sublimes, que percorreram o caminho do extermínio pelo artificialismo dos adornos, pela voluptuosidade das sedas, pela licenciosidade dos costumes. Combatamos com prudência e moderação o cinema mal intencionado que, negando suas finalidades, sepulta o passado de nossa Raça, põe-lhe no cérebro venenos sutis atentando contra a unidade nacional, em vez de ser como disse o Chefe Vargas: “para a massa dos analfabetos, a disciplina pedagógica por excelência, e, para os letrados, admirável escola”.
Influenciemos a imprensa, majestosa revolucionária, que não sendo escrava, não tem o direito de perturbar a paz. Sabemos que, com poucas exceções, ela é manejada por mãos invisíveis, e, vindo ao mundo para semear boas idéias, tem sido, muitas vezes, fermento decadentista. Protejamos as vias de transportes controladas por brasileiros, nosso ouro não deve dourar a vida dos avarentos. Demos preferência aos produtos nacionais, assim não estaremos caindo no erro das autarquias econômicas, mas exercendo um direito natural dos povos. Cansamos! Já nos martiriza o internacionalismo do capital que, durante tanto tempo, comprimiu nosso corpo nos seus braços de polvo satânico e voraz.
Mas, para conseguir tudo o que desejamos, faz-se mister que batalhemos juntos, que tenhamos confiança ilimitada no Chefe, demonstrando – em todas nossas ações – a disciplina – a mais nobre e a mais respeitada virtude de uma Raça. Dentro da disciplina, elevaremos a inteligência; dentro da disciplina, o corpo será vigoroso para plantar a seara ou empunhar a baioneta.
Estejamos convictos de que somos uma poderosa arma do Brasil.
Aproveitemos as galas, o misticismo arrebatador desta hora e juremos fidelidade à nação, juremos fidelidade ao Chefe Vargas, juremos cumprir suas ordens que jamais serão contra os interesses dos brasileiros. Se esmorecer o ânimo, se fraquejarem as energias, peçamos a Deus que ponha em nossos peitos a coragem dos bandeirantes, os primeiros bravos que penetraram na mataria bruta; a coragem dos farroupilhas, não para pugnar pelos ideais da Província, mas para construir um Brasil que seja um país clássico do progresso, da fraternidade, da disciplina, da força e da cultura cristã do espírito.
Então venceremos o desespero de alguns segundos, e assim como o povo da França dizia referente aos soldados de Napoleão – Respeitai aquele herói, aquele é do exército do imperador; - também nós, quando formos velhos, quando a terra reclamar o corpo, quando as lágrimas da saudade banharem nossas faces, quando os olhos baços não divisarem o tremular de nossa flâmula, ouviremos a voz altaneira dos netos – Respeitai aquele ancião, respeitai-o porque ele é da Juventude Redentora.
E nesta frase tão simples, tão cheia de reconhecimento, estará toda a felicidade de nossa morte.” 


Observação:

Como a minha coluna não saiu na edição nº 112 (08/06/12) no Jornal Integração, resolvi por aqui no blog todo o discurso do Dr. Pompeu.


No Jornal Integração Campos de Cima da Serra, este discuro foi dividido em três partes que sairam respectivamente nas edições de números 110 (25/05/12); 111 (1º/06/12) e 113 (15/06/12)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dr. Pompeu Castello Costa


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Dr. Pompeu Castello Costa
(1920/2011)

Escrever sobre o Dr. Pompeu Castello Costa será sempre insuficiente pela grande pessoa pública que se fez representar na sua longa vida, e com muita excelência, aliás, à comunidade serrana e do Rio Grande do Sul. Dr. Pompeu nasceu em Taquara, no dia 5 de abril de 1920, e faleceu na sua São Francisco de Paula, em 14 de maio de 2011, com 91 anos bem vividos. Desde criança vivia na sua amada “São Chico”. Filho do Major Urquiza Costa, intendente deste município na segunda década do século XX, e mais adiante conselheiro municipal em 1935. O Major Urquiza, enviuvado de sua primeira esposa Julieta Boeira, os quais tiveram quatro filhos, contraiu novas núpcias com Maria Benvinda Castello Branco, com a qual teve cinco filhos, entre eles o Dr. Pompeu. Nos anos 40, o Major Urquiza advogava nesta cidade, na Avenida Júlio de Castilhos, 441, e no final desta década já era anunciada nos jornais a parceria com seu filho Dr. Pompeu no mesmo escritório. E assim prossegue a Castello Costa Advogados no mesmo local em dois séculos. Em pleno século XXI advogam os descendentes do Dr. Pompeu, seu filho Dr. Luiz Pompeu e o filho deste Dr. Márcio.
Em 19 de dezembro de 1945, recebeu o diploma de Advogado pela Faculdade de Direito da Universidade de Porto Alegre, atual UFRGS. O saudoso Oly Alves de Medeiros descreveu o Dr. Pompeu com muita maestria no livro “Raízes de Santo Antônio da Patrulha e Caraá” (2000): “gozando de altíssimo conceito profissional e social. Em 1946, elegeu-se vereador pelo Partido Social Democrático, com expressiva votação, tendo participado, como relator, da elaboração da Lei Orgânica do Município. Foi casado com Lenira Brochado Vieira, já falecida”.
As eleições municipais foram realizadas em 1947, com o fim do Estado Novo, e o Dr. Pompeu foi o candidato a vereador que obteve mais votos dos serranos, totalizando 492 sufrágios que o levaram a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal pelo quatriênio de 1948/51. Dr. Pompeu e Dona Lenira tiveram seis filhos: Maria Cristina, Luiz Pompeu, Regina Helena, Roberto, Ana Isabel e Cláudia.
Este colunista teve o privilégio de ter o Dr. Luiz Pompeu como professor na cadeira de Direito Civil, no curso de Contabilidade na saudosa Escola Cenecista, em 1983/1984, “abrindo meus olhos” para um novo Brasil que estava surgindo. Em 1983, fui presidente, nesta mesma escola, do Grêmio Estudantil Cenecista Podalyro Alves da Silva, o qual foi muito atuante com todos os seus membros, inclusive convidei o candidato derrotado nas eleições estudantis para fazer parte da agremiação, um exemplo dado pelos meus professores de que temos que nos unirmos para o bem maior em prol da comunidade a que pertencemos. Fui colega, na minha adolescência, na Escola José de Alencar, da filha caçula do Dr. Pompeu e Dona Lenira, a Cláudia.
Desde jovem o Dr. Pompeu demonstrou a sua enorme inteligência. Em novembro de 1940, aos 20 anos, foi escolhido pelos outros estudantes, em Porto Alegre, para representá-los perante o Presidente Vargas, falando da juventude brasileira e daquele momento do Brasil, e assim foi sempre solicitado a discursar em ocasiões especiais, principalmente em nosso município. Semana que vem o discurso que o Dr. Pompeu proferiu ao Presidente Vargas.

Jornal Integração nº 109, edição de 18 de maio de 2012  
 
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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Nossos Hinos - 3ª Parte - Final


Resgatando o Passado Serrano

Por José Carlos S. da Fonseca

Nossos Hinos (3 - Final)

Não poderia faltar o Hino Nacional Brasileiro, considerado um dos mais lindos do mundo pela sua harmonia musical, porém a letra é, para uma grande parte dos brasileiros contemporâneos, de difícil interpretação. A letra foi escrita em 1922, pelo jornalista Joaquim Osório Duque Estrada (1870/1927), e a música, que foi elaborada cem anos antes da letra e composta de início para banda, é de criação de Francisco Manuel da Silva (1795-1865). Foi adquirida pela quantia de 5:000$ (5 milhões de Réis ou 5 Contos de Réis), e a propriedade plena e definitiva da letra do hino pelo Decreto nº 4.559 de 21 de agosto de 1922, mas foi somente em 1º de setembro de 1971, pela Lei nº 5.700, que foi considerado o hino oficial do Brasil. É um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil, assim como o Selo Nacional, a Bandeira Nacional e as Armas Nacionais. No dia 13 de abril é comemorado o dia do Hino Nacional Brasileiro. A curiosa história, além do hino letrado para a língua Tupi e o significado de algumas palavras difíceis, pode ser encontrada nos sites:


“Hino Nacional Brasileiro”

De Joaquim Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva

 Tom: F
 
  F 
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas                  
                               C7 
De um povo heroico o brado retumbante,                     
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,                         
                                       F 
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.                         
       A7       Dm 
Se o penhor dessa igualdade                                           
       A7                   Dm 
Conseguimos conquistar com braço forte,                     
       G7      C 
Em teu seio, ó Liberdade,                                                                                      
     G7                            C 
Desafia o nosso peito a própria morte!                         
           C7 
Ó Pátria amada,     
Idolatrada,           
Salve! Salve!     
   F 
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido 
                                   C7 
De amor e de esperança a Terra desce,     
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,                     
                              F 
A imagem do Cruzeiro resplandece.                              
                             Bb 
Gigante pela própria natureza, 
   G7                            C 
És belo, és forte, impávido colosso,                                
    A7                            Dm   Gm 
E o teu futuro espelha essa grandeza.                             
         F/C 
Terra adorada 
 
                  F 
Entre outras mil,   
          Gm 
És tu, Brasil,    
                F/C 
Ó  Pátria amada!                                                               
                  F                 Gm       F/C 
Dos filhos deste solo és mãe gentil,                                  
         C7 
Pátria amada,                                                                   
    F 
Brasil!    
     F 
Deitado eternamente em berço esplêndido, 
                                C7 
Ao som do mar e à luz do céu profundo, 
 
Fulguras, ó Brasil, florão da América, 
                          F 
Iluminado ao sol do Novo Mundo!  
         A7           Dm 
Do que a terra mais garrida 
         A7                           Dm 
Teus risonhos lindos campos têm mais flores; 
         G7               C 
"Nossos bosques têm mais vida", 
       G7                        C 
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".  
          C7 
Ó Pátria amada, 
Idolatrada 
Salve! Salve!  
     F 
Brasil, de amor eterno seja símbolo 
                             C7 
O lábaro que ostentas estrelado 
E diga o verde-louro desta flâmula 
                               F 
Paz no futuro e glória no passado.  
                                    Bb 
Mas, se ergues da justiça a clava forte, 
    G7                            C 
Verás que um filho teu não foge à luta, 
     A7                             Dm    Gm 
Nem teme, quem te adora, a própria morte.  
         F/C 
Terra adorada 
            F 
Entre outras mil,   
          Gm 
És tu, Brasil,    
                F/C 
Ó  Pátria amada!                                                               
                  F                 Gm       F/C 
Dos filhos deste solo és mãe gentil,                                  
         C7 
Pátria amada,                                                                   
    F 
Brasil!
 
Jornal Integração nº 108, edição de 11 de maio de 2012  
 
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